A medicina veterinária é repleta de diversas especialidades, desde neurologia e ortopedia até oncologia. Nos últimos anos, um dos campos que tem se mostrado cada vez mais importante é a cardiologia – a área da saúde dedicada às doenças cardíacas em pets.
O coração é o órgão responsável por bombear sangue para todo o corpo dos animais, levando oxigênio para as células e removendo substâncias tóxicas do organismo.
Graças a um sistema de câmaras internas, o sangue arterial (com oxigênio) não se mistura com o sangue venoso (com CO2).
As doenças cardíacas em pets podem afetar o bombeamento de sangue, mas também prejudicam o equilíbrio entre os fluidos no corpo. Elas costumam acometer diretamente o músculo cardíaco (miocárdio) e as valvas que regulam o fluxo sanguíneo nas artérias e veias (válvulas cardíacas).
A maioria dos casos de doenças cardíacas em filhotes é causada por problemas congênitos, como malformações do septo e das válvulas. As doenças em adultos podem ser divididas com base no tamanho do animal.
Conheça os três mais populares abaixo:
Cardiomiopatia Dilatada em Cães de Grande Porte
Esta doença se desenvolve quando as câmaras cardíacas (átrios e ventrículos) aumentam e o músculo fica muito fino ou inflamado para se contrair adequadamente com a força necessária.
Nessas situações, o sangue que sai do corpo e viaja para o coração não o faz com rapidez suficiente para chegar aos pulmões e fornecer oxigênio a todo o corpo.
A doença pode resultar em insuficiência cardíaca congestiva com acúmulo de líquido nos pulmões, tórax, cavidade abdominal e tecido subcutâneo.
Ela às vezes afeta cães grandes ou gigantes, embora também possa ser encontrada em cães menores.
Doença Valvar Degenerativa em Cães de Pequeno Porte
As valvas são elementos estruturais que dividem as câmaras cardíacas inferior (ventral) da superior (átrios).
Elas permitem o fluxo sanguíneo adequado dentro do coração (dos átrios para os ventrículos e dos ventrículos para as grandes artérias) e evitam o fluxo sanguíneo inadequado.
Os estudos sugerem que a doença valvar é desencadeada pela deterioração do material compósito que compõe as válvulas. Com isso, ficam mais esticados, cercados, distorcidos e começam a apresentar falhas de fechamento.
Com base nisso, sem fechar completamente, ocorre o que chamamos de regurgitação sanguínea ou insuficiência valvar.
Esse retorno do sangue do ventrículo para o átrio pode causar manifestações clínicas muito graves, como o acúmulo de líquido nos pulmões (o que dificulta muito a respiração), condição conhecida como edema pulmonar agudo.
Sintomas de Doenças Cardíacas em Pets
Um sinal comum de doença cardíaca em cães é o cansaço fácil. Animais que já haviam brincado com um certo nível de intensidade, mas depois ficaram mais quietos, desanimados ou agem de forma estranha, podem estar enfrentando algum tipo de problema.
Preste atenção se, durante uma caminhada de rotina que o animal realizou com facilidade, ele ficou cansado e desidratado. Pode ser necessário visitar um cardiologista veterinário.
Dificuldade respiratória: As doenças cardíacas em cães prejudicam a função do coração e a capacidade do corpo de fornecer oxigênio a todas as suas células. Para compensar isso, seu animal de estimação pode tentar respirar mais rapidamente, ficar agressivo ou apresentar outras dificuldades.
Cianose: Além disso, ao praticar atividade física, verifique se o animal apresenta algum sinal de cianose (como a língua roxa). A cianose pode sinalizar problemas com a circulação sanguínea e é provocada pela má absorção de oxigênio do sangue arterial.
Perda de peso: Outra indicação de doença cardíaca em cães é a perda de peso rápida e persistente, que é causada principalmente pela falta de apetite. Esse problema pode até resultar em desmaios.
As doenças cardíacas dos animais de estimação são outra ilustração da importância dos exames veterinários regulares.
Exames clínicos, eletrocardiogramas e ecocardiogramas podem identificar problemas precocemente e tornar a vida melhor para você e seu amigão.
O tratamento para doenças cardíacas em animais pode envolver mudanças na dieta, medicamentos para controlar os sintomas e até cirurgia.
Porém, apenas um médico cardiologista veterinário poderá determinar qual alternativa é melhor em cada caso individual.